quinta-feira, 6 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher


«O desporto é um mundo de homens, bem como a sociedade», afirma Isabel Cruz, vice-presidenta da Associação Portuguesa Mulher e Desporto (APMD). A maior parte das mulheres envolvidas «não têm tempo, pachorra, ou têm muita concorrência considerada desleal».

Os homens «preferem outros homens nas suas listas para os órgãos sociais de clubes e associações. Se há mulheres interessadas em ocupar um cargo são postas de lado».
É difícil encontrar uma dirigente desportiva em Portugal. Um estudo realizado pela APMD concluiu que cerca de 97 por cento dos dirigentes desportivos são homens. Isabel Cruz explica que «as mulheres têm menos tempo e não gostam de desperdiçar o pouco que têm em reuniões intermináveis e desinteressantes pela noite fora. São reuniões que poderiam ser feitas em duas horas ao final da tarde, mas que os homens insistem em realizar ao fim da noite. É uma forma de estarem fora de casa».
Esta é uma realidade «não só no desporto, mas em toda a sociedade. Os homens têm menos ligação à família e a facilidade de saírem de casa para outras actividades é maior».
Os números são igualmente inferiores em relação aos atletas. «Apenas 18 por cento dos atletas federados são mulheres e só um por cento das mulheres portuguesas pratica competição». As mulheres abandonam o desporto e a actividade física mais cedo e por diversas razões. «Numa família com um filho, os homens continuam a ter o seu espaço de lazer, enquanto as mulheres deixam a actividade física que realizavam. O namoro é outra das grandes razões».


Esperamos que esta realidade mude com o avançar dos tempos.

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