quarta-feira, 23 de maio de 2018
Repensar o Desporto.
A ética, seja no
desporto ou em qualquer sector da sociedade, não se impõe, aprende-se, cultiva-se
tornando-se uma mais-valia para o indivíduo na sua qualidade de vida e na
relação com o outro.
Ultimamente
temos assistido a episódios no fenómeno desportivo puramente ridículos ou mesmo
escandalosos.
Desde
os supostos actos de vandalismo em Alcochete, às declarações da grande
individualidade internacional francesa – Platini, passando pelas Frutas do Porto
e não descurando também os emails de Lisboa.
Assistimos à
multiplicação de casos de corrupção, ao mercantilismo dos atletas, ao uso
frequente da violência, verbal e física, à ingestão de substâncias dopantes
cada vez mais sofisticadas, ao abandono progressivo dos princípios e valores
inerentes ao fair play, ao aumento despudorado de casos de racismo e xenofobia
nos terrenos desportivos.
A
ideia de Pierre de Coubertin esta complemente desvirtuada nos tempos
em que vivemos. Ele defendia a velha máxima: “O que importa na vida não é tanto o triunfo, mas o combate; O
essencial não é ter vencido, mas ter lutado bem.”
Coubertin começou por
se preocupar em desenvolver um modelo de reforma social por meio da educação e
do desporto numa perspectiva internacional.
Através da actividade física, pretendia promover uma vida activa e saudável, apoiada na necessidade de construir um corpo robusto e saudável de forma a promover a -“cultura” do
músculo, e assim se prepararem os indivíduos para combater nas possíveis
investidas inimigas. Ele observava o desporto como factor directo para o
equilíbrio entre as qualidades físicas e intelectuais, e assim,
consequentemente, assegurar a paz universal (Rubio, 2001).
Hoje
em dia em qualquer modalidade desportiva em primeiro lugar está a VITORIA, seja
ela alcançada da forma mais distorcida que possa existir.
O
desporto, como prazer, como “Corpo são em
mente Sã”, como prática desportiva saudável deixou de fazer parte do
vocabulário dos dirigentes desportivos, dos treinadores e também dos meios de
comunicação social.
A onde
está a Ética Desportiva?
Está
na hora de Repensar o Desporto!
quarta-feira, 16 de maio de 2018
A VIOLÊNCIA NO FUTEBOL
A massificação e a comercialização têm sido apontadas por sociólogos como a origem estrutural de comportamentos desviantes no desporto, como a violência, o doping, a fraude entre outros.
Reforçando a teoria de “reflexo da sociedade”, o professor Luiz Felipe Baeta Neves Flores, pós-doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Sorbonne (França), vai ainda mais longe, ao afirmar que a “violência é intrínseca à vida social, ressaltando que, sem ela, a vida social seria impensável, histórica e logicamente”.
O psicólogo Volkamer chegou à conclusão de que as equipas desportivas são versões reduzidas da sociedade, com as frustrações, recompensas e interacções inerentes aos grupos sociais.
Diversas ciências, cada uma à sua maneira e sob o seu ponto de vista, tentam identificar as origens e motivações da violência no Desporto concretamente no Futebol.
Quem se concentra apenas na Psicologia, por exemplo, depara-se não com apenas uma, mas sim com quatro teorias que explicam a agressividade humana:
-A teoria dos instintos e impulsos;
-A teoria das frustração agressão;
-A teoria da aprendizagem social;
-E a teoria da frustração agressão revisada.
Penso não existir uma ciência ou mesmo um consenso sobre estas origens e motivações. A meu ver e salvo melhor opinião em contrária parece-me que A VIOLÊNCIA é um tema complexo e no campo do Desporto – possui pouca literatura cientifica. No Futebol, que mexem com grandes camadas de adeptos, posso dizer que ainda é um paradoxo.
Vamos deixar esta matéria para estudo dos Psicólogos Desportivos.
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