Os pais dos futebolistas juvenis da Naval 1º de Maio decidiram hoje - (18/07/2009) proibir os filhos de representar o clube em provas oficiais, contestando desta forma as deficientes condições do campo de terra batida, o único do campeonato nacional.
Numa carta dirigida à Direcção do Clube, que milita na Liga Principal, os pais exigem ver analisado e satisfeito um conjunto de “elementares” reivindicações relativas às condições de treino, jogo, transporte e tratamentos médicos, até ao início da época, proximo dia 23 de Agosto.
Caso contrário, não irão autorizar os seus filhos a jogar em representação da Naval 1º de Maio em qualquer prova oficial, garantem.
Os pais alegam, entre outras situações, que o chamado campo de treinos da Naval, anexo ao Estádio Municipal José Bento Pessoa, “não reúne as condições mínimas para a prática desportiva”.
“Pela dureza do campo, pela poeira que torna o ar irrespirável, pela quantidade de pedras soltas existentes e irregularidades no piso, que tantas lesões têm causado”, justificam.
Na carta, os pais acrescentam que não vão autorizar os filhos a voltar para casa sem tomar banho após um treino que termina às 21h:30m e classificam “recorrente” a alegada inexistência de água quente para todos os atletas.
Classificam de “inadmissível” que a equipa de juvenis “sinta a sua competitividade desportiva diminuída” por não ter condições de treino e jogo “semelhantes às dos seus adversários".
“Não autorizamos que os nossos filhos se envergonhem de ser a única equipa da Série C do Campeonato Nacional de juvenis [nos adversários incluem-se o Benfica, Sporting ou Belenenses, entre outros] que joga num campo de terra batida”, sustentam.
Exigem a viabilização, a tempo do início da próxima época, da utilização para treino e jogo “de um campo relvado natural ou sintético, com balneários adequados à prática desportiva” e frisam que o Concelho da Figueira da Foz possui campos de futebol com as condições pretendidas.
Hoje, na apresentação formal da equipa, realizada nas instalações da Naval, os pais substituíram os filhos - a maioria dos jogadores não compareceu - e entregaram a carta dirigida à Direcção do Clube.
A carta foi entregue ao Coordenador do Futebol Juvenil, - José Carlos, que em Maio anunciou a intenção de se demitir do cargo face à falta de condições proporcionadas aos atletas dos escalões de formação.
Mantendo a intenção de abandonar o cargo, o coordenador disse ter continuado para preparar o início da época e colocar “o comboio em andamento”.
“Quando estiver em andamento saio, se as condições que pedi [e que os pais também reivindicam] não forem aceites”, revelou.
Apesar da falta de condições suscitada pelos pais, os jovens vão iniciar os treinos, segunda-feira, num campo de terra batida na Cova-Gala, margem esquerda do Mondego.
“Ainda assim, tem melhores condições do que o campo de treinos da Naval”, disse Carlos Moita, secundado por um dos seccionistas da equipa: “Não queremos prejudicar a época dos miúdos, o nosso grande problema é os nossos filhos quererem jogar futebol”.
A Agência Lusa tentou ouvir Joaquim Parente, vice-presidente da Naval para o Futebol de Formação, mas os contactos revelaram-se infrutíferos.
Recebida por e-mail (Fonte: Lusa)
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